Máquina de Escrever

A Leila escreve aqui
1 min readOct 25, 2021

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Eu te amo e amo o silêncio que sinto quando estou com você.

Não preciso pensar em nada, não preciso fazer nada, não preciso ser nada.

Só você e o silêncio que você traz. A paz. O vazio de não ser e não precisar.

Não falar, não ouvir. Só o calor da pele, o calor da pele e o silêncio.

Mas eu odeio quando você vai embora. Odeio quando você vai embora pq é quando a máquina de escrever volta a funcionar.

Tem uma máquina de escrever dentro de mim. Não é poesia, é uma maldição.

Tem uma maldita máquina de escrever dentro de mim que não me deixa viver só por viver e ser feliz.

Ela quer ver drama em tudo, ela quer saber de tudo, quer entender tudo.

E eu não sei responder tudo.

Mas ela invade e explora cada canto da minha memória.

Repete tudo, tudo. Cada palavra, cada olhar, cada risada, cada gesto, cada toque.

Não é saudade, não é romântico, é uma maldição.

É sair pela porta pra ela começar a trabalhar.

E eu odeio esse barulho todo da máquina de escrever.

Me dá vontade de nunca mais viver, pra ela não ter mais material de trabalho.

Mas eu não consigo, pq viver é bom.

Dá vontade de nunca mais te ver, pra fingir que eu nunca conheci esse silêncio, pra acreditar que um dia eu vou me acostumar com o barulho da máquina de escrever.

Mas você é bom.

A parte ruim é essa minha maldita máquina de escrever.

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Written by A Leila escreve aqui

Gosto de olhar as estrelas e inventar um nome pra cada uma delas.

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